Animê e Brasil: Um sonho muito distante


Um milhão de reais para quem citar um anime que não tenha sido vítima de atentados sensacionalistas e dos mais variados tipos conhecidos. Censuras, exibições em horários inapropriados, cortes para enquadrar-se na grade, transmissão incompleta. Esta é a realidade. Uma indignação maior ainda é que, nem assinando TV por assinatura, pagando para assistir uma programação diversificada e de qualidade, o telespectador tem acesso a algum grande sucesso oriental que seja tratado da forma adequada.

Os motivos, segundo…

Pouco tempo atrás, José Bonifácio de Oliveira, diretor de vários programas da Rede Globo, comentou a respeito da dificuldade em trazer grandes produções à TV aberta, pelo fato das emissoras pagas terem acesso a elas primeiro. É fato que existem muitas atrações de qualidade que não recebem interesse por parte de canais abertos ou até mesmo fechados, o que desestimula a comercialização das mesmas em nosso território. Não é por acaso que, tempos atrás (momento nostálgico), a Band conseguia altos pontos de audiência com suas exibições vespertinas do Band Kids, o qual contava com Dragon Ball Z, Bucky e Tenchi Muyo, por exemplo.
Sobre o mesmo problema, o cartunista Maurício de Sousa também se manifestou. Ele argumentou que a falta de patrocínio faz com que haja essa falta de investimento no setor. E está certíssimo. Tanto no caso de animes, como outras animações, necessitam de um olhar mais amplo por parte das emissoras, a fim de buscar fornecer uma melhor estrutura para tais conteúdos.

TV aberta: Chances perdidas

Não sei por que, mas sempre Digimon Data Squad vem a minha cabeça como exemplo. A Rede Globo, definitivamente, perdeu uma grande oportunidade de fazer renascer a febre Digimon. Percebam que Jonas, série que estreou na TV Globinho na semana passada, contou com uma forte divulgação e é exibido em um horário muito bom. Quando estreou em meados de 2000, a primeira temporada dos monstros digitais rapidamente se tornou um fenômeno nacional, e contou com uma estratégia similar a aplicada em Jonas, isto é, se tratando de um produto realmente de sucesso, é contestável que a audiência seja certa.
A Saga de Hades é um exemplo de má exibição. A série poderia ser bem mais valorizada se exibida em um horário mais adequado, como muitos sugerem, no período noturno por volta das 20:10. RedeTV! É outra que tem problemas, apesar de uma boa jogada. Contando com Yu-Gi-Oh! GX, Pokémon e Super Onze, o TV Kids conquistou altíssimos pontos de audiência que levaram a emissora à vice-liderança. Se sua exibição fosse nacional, naturalmente um público ainda maior estaria voltado ao bloco, garantindo mais pontos e, consequentemente, uma percepção de que, produções do gênero, dão muito retorno quando tratadas de forma correta.

TV por assinatura e TV aberta: Qual a diferença?

Animax já está morto e enterrado, isso é fato. Sua exibição já é restrita a poucos, já que teve alguns problemas com a operadora SKY, e também não consta em pacotes básicos da NET, por exemplo. O Cartoon Network acaba sendo a melhor saída para os assinantes, já que oferece, mesmo em horário contraditório, animações clássicas e novidades em sua programação. A Nickelodeon conta apenas com Yu-Gi-Oh! GX aos domingos pela manhã, porém, cria-se uma luz quanto a uma abrangência do gênero no canal.
Finalizando, o que esperar para 2011? Sailor Moon e Dragon Ball Kai são os principais títulos que estão sendo esperados pelos fãs, mas também não podemos esquecer de outros e suas temporadas inéditas como Pokémon DP Sinnoh League VictorsBakugan: Gundalian Invaders e a quarta de Naruto. Mas vale lembrar que Beyblade: Metal Fusion, franquia que conquistou certo sucesso por aqui, também está sendo planejado para o próximo ano.
Ah, e também temos os “animes perdidos”, como Fullmetal Alchemist: Brotherhood, Lost Canvas, Bleach e Nodame Cantabile, que ficam apenas na esperança. Muitas surpresas virão com certeza, algumas nem tão surpreendentes, outras animadoras temporárias. Indignação sempre existirá. O jeito é aproveitar o que dá, na medida do possível, e quando possível, absorver o melhor das exibições abrasileiradas disponibilizadas por nossas emissoras.

Digimon: Como tudo começou

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