Fullmetal Alchemist: Reinventando um gênero


Fullmetal Alchemist


A Square Enix possui diversos títulos mundialmente famosos em seu catálogo de Games. Já o braço editorial da empresa é morno desde que foi lançado, contando principalmente com adaptações de seus jogos de sucesso e algumas produções com relativa popularidade para os padrões de suas revistas.

Entretanto, contrariando toda a lógica dos quadrinhos japoneses, um grande hit surgiu nas páginas de uma revista inexpressiva e não em uma antologia de tradição. Em janeiro de 2001, a desconhecida Shonen Gangan estreava FullMetal Alchemist. Sinceramente, não tinha como este título ficar limitado aos leitores da Gangan simplesmente porque ele é algo que surge de tempos em tempos. FMA veio para marcar uma época e foi o responsável por dar um upgrade nos shonens, graças ao brilhantismo da autora Hiromu Arakawa, que mostrou para o Japão que se existe uma fórmula para fazer sucesso, esta se chama “originalidade”.
Dados técnicos
O maior sucesso da Gangan teve 27 volumes, sendo que o último será lançado em breve no Japão. De acordo com os últimos rankings, os tankos de FMA venderam cerca de 1 milhão de cópias logo na primeira semana de vendas. Para se ter uma noção do estrago que Ed e CIA. fazem, “Naruto” demora em média 3 semanas para chegar na marca de 1 milhão.A publicação rendeu dois ótimos animes, estes produzidos pelo estúdio Bones. O primeiro, com 51 episódios, não seguiu os quadrinhos com fidelidade e ainda assim foi um sucesso de público e crítica. O segundo, agora com o subtítulo “Brotherhood”, foi uma das melhores estreias do ano passado, perdendo apenas para Higashi no Eden, segundo alguns. Diferente do primeiro anime, Brotherhood ainda não chegou oficialmente no Brasil e isso é uma lástima, pois a história da adaptação é fiel à original e conta com uma animação fantástica. Infelizmente, o Canal Animax vai mal das pernas quando se trata de animes e é difícil esperar a chegada deste remake através dele. O lançamento direto em Home Video ainda não está descartado, levando em conta que este segmento vem ganhando força nos últimos meses.
As referências
O retrato que a autora faz da alquimia, ciência que segundo alguns livros existiu no Sul da Europa e no Oriente Médio, é um tanto fiel. Os livros alquímicos realmente eram herméticos, não podiam ser lidos por qualquer um; Simbolos da astrologia utilizados em fórmulas; O fato de homúnculos serem criações humanas (Claro que os alquimistas de verdade não conseguiram criar vida, mas eles acreditavam que isso era possível através de algumas experiências); A busca pela lendária Pedra Filosofal; A alquimia chinesa e a alquimia ocidental (Se lembra de Rentanjutsu e Renkinjutsu?) e etc. O grande diferencial é que a Arakawa conseguiu dar um tom diferente para estes elementos, tornando a alquimia do mundo de FMA mais fantasiosa, mas não menos impressionante. Como resultado, o universo da série tornou-se bem interessante e repleto de diversas opções para contar boas histórias, mas isso eu explico melhor mais pra frente.Contrariando tudo e todos, mais uma vez
Como se já não bastasse colocar a Shonen Gangan no radar do grande público e dos otakus, FMA fez muita gente que odeia shonen engolir argumentos como “Shonen só tem lutas, é coisa para acéfalos”. No mangá não temos lutas bem trabalhadas ou longas. E também não são tão marcantes, salvo alguns raros momentos (Como quando Edward acaba com o escudo de carbono do Greed). O lado bom da série é a história cheia de reviravoltas, com personagens bem desenvolvidos, mistérios, comédia nas doses certas e etc.
E o mais incrível é que a genialidade do enredo de FullMetal não foi planejada com antecedência. A autora bolou apenas o plot do seu mangá, e posteriormente foi incorporando novas ideias e alterando bastante alguns rumos que a série poderia tomar. Por causa disso, vale a pena destacar a inteligência da Arakawa, afinal, quantos mangakás de shonens de longa duração que acabaram perdendo as rédeas da sua própria criação você conhece?

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